terça-feira, janeiro 5

És doce,

És doce, como aqueles que se vendem nos supermercados em pequenos pacotes de plásticos selados a quente, impedindo os mais gulosos de tirar um ou outro. És um doce. Dos pés às cochas, gordinhas e deliciosas. Das cochas aos peitos. Dos peitos aos cabelos longos e lisos, com caracóis aleatórios, de um acastanhado incomum, de um gosto e beleza incalculável, deixando um desejo ao toque, de lhes colocar o olhar, bem perto, conforme der mais jeito a estas mãos, que não lhe querem estragar o ser pertencido e belo cabelo.

O som do comboio passando atrás de nós, numa linha velha, fazendo os seus barulhos, como melodias de pianista, nas noites de arte, nos teatros e salões denominados para o efeito. Sentados, juntos, presentes, de corações ausentes, de olhos fechados, e bocas chegadas, línguas húmidas e prontas para mais um fenómeno que os humanos teimam em dizer, desconhecer a sua causa.

Desejava, ser detentor, do poder das palavras, para fazer a maior história de amor, com odes, epopeias, poemas, e os mais variadíssimos textos da "alta" costura. Num só, juntar um momento. Deixando-o permanecer parado para sempre, nas letras negras na folha de papel, com textura velha e rara.

2 comentários:

  1. A doçura dos teus pensamentos, adocicou as palavras que escreveste. Está uma delícia de ser ler e diz em muito simples palavras, a grandiosidade da paixão que se tem por algo...

    :)

    Beijinhos**

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