domingo, dezembro 20

Brilhar no escuro silêncio.

Manter eterno o que já é eterno. Princesa dos meus olhos. Estrela das noites em que partilho a solidão com o silêncio das ruas nuas e frias, caminhando em direcção às madrugadas.

Já não te venho à já algum tempo, mas ontem vi a tua pessoa caminhando a umas centenas de metros da minha pessoa. Acelerei o passo, passei por ti, sorriste e nem uma palavra disseste aos meus ouvidos. Nem um olá, nem um até logo. Olhas-te para mim. Ouvi dizer-te "Ele não me viu pois não?" Não queria ouvir, ou fazer nada para chegar a ouvir o que tinhas acabado de dizer. Desculpa-me os desastres que tenha provocado ao teu delicado coração. De delicado talvez nem tenha nada, mas prefiro manter-me assim. Pensando que é, pensando que és tal. A existência de um ser fez partes do meu corpo acordarem para uma vida em parte imaginação e outra de pés bem assentes na terra. Mudou caminhos, pedras e cores. Por favor não te afastes. A minha intenção, não era por-te mal, ou triste. Não vires as costas, não me ignores, não continues a andar em frente esquecendo a minha pessoa.

Contos de fadas, permaneceram até ao momento que tinha acabado de dizer. Mentiras são aquelas gajas mais giras que partem corações. Estrelas cadentes, em ambientes descontentes, naqueles altares de em frente à lua. Sorrisos, e tempos parados. Telefonemas, de choros rompidos, alterados incapazes de sequer parar, quando os ouvidos não ouvem as palavras belas e alegres, enfeitiçando o coração fazendo-o chorar, soltando lágrimas doces e quebradiças. O coração não parte, mas é assim que se sente, cada vez que ouve as palavras do outro lado do auscultador. As promessas prometidas ao por do sol, mais brilhante. Toca no fundo, num posso do coração sugando os olhares de si.

Enquanto te vejo a percorrer todos aqueles caminhos que pretendias fazer de mãos dadas com a minha pessoa. Dizias que amizade como a nossa jamais haveria igual. Onde tudo era diferente de tudo o que já tinhas vivido até hoje. E que todos os dias, onde o meu coração gritava pelo teu... Por todos os momentos em que os meus abraços te envolviam numa magia estranha mas que te faziam sentir tão bem lá num fundo dentro de ti. Sempre te pedi para me veres como era na realidade e não como tu querias e julgavas que era. Nunca mudei, e nunca fui diferente do que sou hoje. Vejo-te a ir embora... Mesmo que te consiga ver todos os dias. Gostava de uma oportunidade para te dizer que lamento por não te ter conseguido fazer ver, que não era como os outros rapazes com quem já foste passear ou a quem já deste a mão. Queria tanto que te apercebesses. O sol cai à anos e o coração também. Mas até hoje ainda não vi diferença de nada. E duvido que o amor consiga levantar o coração ou sequer o sol que vai descendo directamente a todos os frágeis e vazios corações. Este sangue que me corre. Enfraquece as veias daqui ao coração. De uma forma tão profunda.

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